segunda-feira, setembro 3

Nova Zelândia à décima de segundo

Foi verdadeiramente emocionante o final do Rali da Nova Zelândia. À entrada do último troço, Marcus Gronholm levava uma vantagem de 0,7 décimas de segundo sobre Sebastien Loeb, e o francês tinhas 3,14 quilómetros para anular a desvantagem. No final, Loeb venceu a super especial, mas apenas retirou 0,4 segundos a Gronholm, deixando o finlandês da Ford levar a melhor por 3 décimas de segundo, o que constitui novo record para menor distância entre dois concorrentes no final de uma prova do mundial de ralis.
O rali prometia, com a vitória moralizadora de Sebastien Loeb na Alemanha, a que se juntou o despiste na última especial de Gronholm. Com oito pontos de diferença, na Nova Zelândia era jogada uma cartada importante no mundial. Se por um lado, a Ford e Gronholm sentem-se à vontade na terra, Loeb é exímio em todos os tipos de terreno, e queria reduzir a desvantagem. Apesar de abrir os troços no primeiro dia, Gronholm fez uma escolha correcta de pneumáticos, que o permitiu acumular uma vantagem para os demais adversários. Loeb respondeu à letra no segundo dia, assumindo a liderança num “forcing” final. Mas o terceiro dia, foi de loucos. Gronholm anulou a desvantagem que trazia de Loeb (1,7 segundos) e depois foi até final discutindo cada especial à décima. Qualquer um poderia sair vencedor. Após a última especial, enquanto Marcus Gronholm festejava exuberante em cima do Focus, já Sebastien Loeb reconhecia o “amargo sabor” da derrota.
Na terceira posição acabou Mikko Hirvonen, que continua a ajudar a Ford a somar precisosos pontos para o campeonato de marcas. Se por um lado, ainda, não tem a rapidez de Loeb e Gronholm, por outro continua a estar um passo à frente dos demais concorrentes. A terceira posição no mundial é certa, e com a provável saída de Gronholm no final da temporada, Hirvonen será um digno sucessor (embora o nome Petter Solberg também seja referido na Ford).
Na luta pela quarta posição assistiu-se a um duelo entre Chris Atkinson e Jari-Matti Latvala. O australiano da Subaru, profundo conhecedor do terreno levou a melhor sobre o homem da Stobart, mas apenas no último dia conseguiu confirmar a posição por apenas 4,6 segundos. No final o finlândes reconheceu que preferia os troços mais rápidos do rali, do que os sinuosos da última etapa.
Daniel Sordo teve mais uma prestação discreta, dando razão aos críticos que apontam como quase certa a saída do espanhol no final da temporada da Citroën. A sua prestação no rali resumiu-se à disputa com Latvala e Atkinson pela quarta posição, mas no último dia de prova deixou-se atrasar sendo claramente batido pelos rivais.
Pior ainda, Petter Solberg teve mais uma prova para esquecer. Novamente queixando-se do Subaru, o piloto norueguês foi claramente batido pelo colegas de equipa (Chris Atkinson). A sua saída da Subaru é referida por alguns meios de comunicação social, e poderá influenciar a sua prestação na prova, e da atitude da equipa perante ele. Esta observação é meramente especulativa.
A fechar os lugares pontuáveis, o estónio Urmo Aava, com um Mitsubishi Lancer WRC, naquela que será uma das últimas presenças (senão a última) deste modelo no WRC. A Mitsubishi Motors decidiu não dar continuidade à presenças dessas viaturas no mundial, e retirar todo o apoio às estruturas que decidam usá-lo em provas mundiais. Relembro que no início do ano demonstraram a mesma atitude, mas recuaram nas intenções.
Faltam apenas cinco provas para o final do mundial, que está ao rubro, com dez pontos a separarem Gronholm de Loeb.

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