sexta-feira, maio 2

Mais uma prova positiva a Sul

No passado fim-de-semana disputei mais uma prova dos VSH, acompanhando o José Correia no BMW 325 IX – o Rali do CAP, pontuável para o Challenge Regional de Ralis. Depois do “lamaçal” de Martinlongo, a passagem para Monchique em tempo seco consistia numa nova experiência. Os reconhecimentos decorreram com normalidade, embora fosse percéptivel alguma dureza nos troços que podia ser vantajoso para o BMW, principalmente perante uma concorrência tão competitiva e numerosa (37 concorrentes).

Depois de uma noite mal dormida (normal em dias que antecedem as provas), a boa disposição matinal imperou… até ao primeiro troço. Quase inexplicavelmente, ao fim de 500 metros da primeira especial um toque numa barreira, empenou o triângulo de suspensão da frente, promovendo o recuo da roda e desalinhado a direcção. Os segundos seguintes foram dificeis, pois parecia que furámos, assim como havia alguma preocupação na continuidade. À medida que desenrolou a especial, a viatura até comportou-se bem, embora os níveis de confiança fossem muito baixos. À chegada ao final da 1ª especial tivemos a noção dos estragos. Era “rezar” para chegar à assistência, e quem sabe o Quim Almeida arranjar solução. A segunda especial foi abordada de forma simples: com algumas cautelas, sem arriscar nas zonas mais duras, e seguir os trilhos, de forma a não piorar a situação.

Veio a assistência, e a noção que nada havia a fazer, senão levar a viatura até final. Apesar de alguma curiosidade sobre os tempos, e respectiva classificação, optei por não me preocupar com disputas. Primeiro porque o importante era tentar efectuar a segunda ronda e finalizar, e depois para não desmotivar.

Com o desenrolar da terceira especial, o Zé foi adquirindo maior confiança na viatura, e traduzia-se num ritmo mais elevado. Mas isso custou-nos alguns valentes sustos, principalmente nas partes mais rápidas, quando a traseira fugia, e uma das vezes foi complicado endireitar a viatura. Os dez segundo finais de diferença em relação à primeira passagem foram demonstração de melhoria.

À entrada da última especial, uma distração nos segundos antecedentes ao arranque, fizeram com que a viatura fosse abaixo antes do arranque. A reacção foi rápida, e felizmente não saimos prejudicados. A primeira parte (até ao Autodromo), não foi muito positiva, principalmente com algumas passagens falhadas na curvas mais lentas – o receio de quebra da suspensão era real. Estranhamente, no final da especial apanhamos algum pó de concorrente atrasado. Verificamos que o Augusto Páscoa seguia à frente, no Renault 11 “Williams”, em ritmo lento. Numa zona mais larga foi possível ultrapassá-lo, chegando ao controlo final. O navegador Leonel Fernandes se apressou para discutir a ultrapassagem, referindo que o troço estava anulado, porque pararam para auxiliar o Gil Antunes. Fiquei estupefacto com a situação: primeiro porque o único concorrente que havia sinalizado que estava fora de prova foi o Marco Gonçalves, e depois porque não vimos nenhuma indicação de SOS por parte do Gil Antunes (aliás nem o vimos em troço). À chegada à última assistência, ao pé do Secretariado é que foi dado a conhecer o que realmente se passára: O Gil despistou-se, e o Astra ficou obstruindo a estrada, com parte da viatura descaindo num barranco. O Jorge Baptista que o precedia parou para o auxiliar, o mesmo acontecendo com o Augusto Páscoa. Colocaram a viatura em estrada (Astra do Gil), e continuaram em marcha lenta até final. Concordo com o facto do ocorrido ter prejudicado, e muito, o Jorge Baptista, e principalmente o Augusto Páscoa, que baixou do top ten, não há nada nos regulamentos que diga que os concorrentes podem anular as classificativas, ou mesmo percorrer o resto dos troços em ritmo lento, prejudicando que já se encontra em especial, sem noção do que se passa. Os comissários desportivos da prova, reuniram, ouviram ambas as partes, concordaram com a injustiça do resultado dos concorrentes que prestaram auxílio, mas nada podem fazer, pois a prova nunca esteve interrompida, nem foi dada ordem para tal.

O nosso resultado final foi a nona posição, sétimo entre os 4x4. Novamente, um lugar entre os dez primeiros, mais díficil e inesperado que em Martinlongo (competições diferentes). Com a consciência que tivemos muita sorte, principalmente pelo facto da viatura aguentar até final e da ocorrência de muitos abandonos, não deixa de ser verdade que todas as viaturas que finalizaram nos lugares que precederam são mais competitivas.

Uma vez mais, obrigado Zé pelo convite, e espero que tenha sido útil nesta prova.

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