domingo, janeiro 4

Fim de época em Ourique

A época de 2008 acabou em Ourique, com a última prova do CRDR. Surpreendentemente à entrada da última prova, eu e o Zé estávamos na disputa pelo título à geral. Apesar de ser puramente matemático, o facto não deixava de ser muito interessante, pois no início do ano estava longe de imaginar que chegava à última prova nos lugares cimeiros.
A estratégia para o rali era simples. Nas parcas probabilidades de melhorar a nossa classificação geral (6º lugar), restava defender a posição, que passava por acabar o rali, se possível somando pontos na frente dos rivais directos Paulo Anselmo, Florival Neto e Augusto Páscoa.
Os reconhecimentos podiam ser feitos com calma. Não só porque era troço único, mas também porque era muito perto da Vila de Ourique, e consequentemente do Parque de Assistências. A primeira impressão não foi favorável, com muitas rectas, apesar da estrada estreita, e algumas partes com piso algo degradado. Aproveitando o tempo entre passagens íamos fazer as verificações… e aconteceu o primeiro percalço. À saída o reboque, o carro trabalhava a 4 cilindros. Se o normal é 6, e a 5 já aumenta a dificuldade, a 4 nem pensar. Foi na tenda do Team Laureate (Miguel Costa e Coimbra) que verificaram as velas, e foi efectuada a verificação.
Outro episódio fulcral passou-se na noite. Depois do jantar com a companhia do Pedro Lança, encontramos o director de prova Xico Afonso, que pediu para efectuar uma passagem pela Vila, com o intuito de animar o público que esperava por Perícias Automóveis (foi um desentendimento entre a câmara e o Clube). O Zé prontificou a ajudar… mas a “Ritinha” não deu sinais de vida. Pior que de tarde, nem a 5, nem 4, nem 3, nem cilindro nenhum. A preocupação aumentava, e as ordens eram para que o Quim Almeida viesse com rapidez, na manhã da prova para verificar as velas.
Depois das preocupação nocturnas, pois ainda estava em aberto a participação. O Quim Almeida, resolveu a situação. Trocou de velas, pôs o carro a trabalhar, efectuou a combustão da gasolina em excesso no motor…e prontos para o desafio.
1ª especial – Talvez motivado por ostentar um número baixo de porta, e com possibilidades de chegar ao título, o Zé entrou com vontade de campeão. Uns quantos atravessanços, algum exagero e brutidade até que… após um salto a viatura andou fora de estrada, à entrada de duas esquerdas, uma 4 e uma 3, perdeu-se o controle do carro, quase ficamos virados ao contrário… e com uma árvore muito perto da porta do “navegas”. Foi remédio santo… acalmaram-se “os cavalos”. Mesmo assim, o tempo não foi mau e foi o suficiente para estar na 12ª posição da geral. Afinal, o troço era muito mais engraçada que pensávamos, apesar de rápido e com muitos saltos (eram uns 5 ou 6 que parecia a Finlândia), existia alguma condução e muito gozo.
Com uma paragem pelo meio, e com noção dos tempos, todos os elementos estavam na contenda. O Paulo Anselmo fez uma boa especial, e estava na nossa frente. O João Monteiro tinha abandonado e era um dos potenciais candidatos a nos ultrapassar nas contas do CRDR. Os elementos que vieram de Alenquer também entravam na contenda, e baalhavam os resultados. No entanto, tudo jogava a nosso favor.
Especial 2: Mais adaptados à especial, e com uma condução mais agarrada à caixa, o tempo foi melhorado em 9 segundos. A diversão manteve-se, e mesmo sem percalços de maior, existia a noção que estava a correr bem. O 12º lugar da geral manteve, mas existiam dúvidas sobre os problemas de Pedro Leone, que tinha quebrado a transmissão traseira. Isto aconteceu sempre com alguns problemas na caixa de velocidades, principalmente com a 1ª, que teimava a não entrar quando existiam paragens.
Peripécia da prova: O cheiro a queimado na ligação para o Parque de Assistência deixou-nos apreensivo. Pensando tratar-se da embraiagem, afinal era o travão de mão que ficou activo desde o STOP da especial até à entrada do PA. O nervoso miudinho nem nos deixou perceber a “azelhice”.
Especial 3: Ainda mais rápido, aliamos a adaptação à especial a algum exagero. A imagem do nosso rali é reflectida por um grupo de espectadores, que deitou a mão à cabeça numa passagem mais atrevida a poucos km do fim. O Zé atravessou a “Ritinha” numa Direita 3… quase ficava espetado numa vedação (escondia uma pedra grande), e quase dava uma traseirada numa árvore. A expressão dos espectadores deu conta do nosso exagero… pena não existirem imagens. Melhoramos mais 9 segundos, e sabíamos que tínhamos acabado o ano em beleza.
O Paulo Anselmo teve problemas de potência no Opel Corsa, e o ultrapassamos no final. Foi inglório para ele, pois merecia um resultado melhor, principalmente tendo em conta a viatura, e a exibição. O Augusto Páscoa foi 4ª da geral, vencendo as 2 rodas motrizes, mas teve pontuação insuficiente para nos ultrapassar. Resultado: ficamos em 11º lugar da geral (à porta do top ten) e mantivemos o 6º lugar no CRDR.

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